Sempre tive esta estranha tendência de querer reunir pessoas, organizar animados encontros e turbinar relacionamentos de todos os tipos, principalmente para viabilizar novas amizades, ou mesmo namoros e até casamentos.
Lembro que ainda jovem, com apenas nove anos, tive a ideia de criar o Mambo Club na casa da minha tia Metty.
Nos dois cômodos (outrora ocupados pelos seus irmãos), montei uma espécie de “barzinho” sobre o móvel de uma velha máquina de costura Singer para vender limonadas, ao mesmo tempo que, invadia o recinto com as inesquecíveis músicas de Julie London, Rosemary Clooney, Franckie Lane e Nat King Cole (em vinis de 78 rpm, num simpático gramofone, trocando uma agulha a cada duas músicas!).
Neste ambiente, lá ia eu reunindo os colegas de classe em animadas festinhas que se estendiam todos os Sábado, das 9 da manhã às 2 da tarde.
É no Mambo Club que juntávamos a turma para fortalecer nossos laços de amizade, brincar, rir e nos divertir. É lá também que dançávamos e, de forma bem inocente e um tanto prematura, suspirávamos em paqueras eminentemente platônicas.
Talvez tenha sido esta precoce experiência que me levou a organizar, durante mais de dois anos, os “chás dançantes” semanais nas dependências da Aliança Francesa assim como a “paquera das sextas” que, por sua vez, duraram outros quatro longos anos.
Mas foram as Noites do Cupido (dedicadas a todos os solteiros e descasados) que coroaram esta minha bizarra vocação.
Durante mais de dez anos, conseguia reunir mais de mil e quinhentas pessoas, todos os meses, em animadíssimos encontros nos quais todos os participantes tinham a oportunidade de se divertir, dançar, paquerar e desenvolver novas amizades.
Devo confessar que foi, neste período, que mais me aproximei das carências, das necessidades, dos medos e das incertezas daqueles que se encontravam à procura de um parceiro ou de uma parceira (para qualquer que fosse o objetivo: paquera eventual ou namoro sério).
Não há dúvida de que, esta experiência, enriqueceu enormemente as minhas percepções sobre as muitas facetas e os grandes mistérios que permeiam o universo dos relacionamentos afetivos.
Coincidências que provavelmente devem ter tido enorme contribuição na elaboração do meu livro Operação Cupido.
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